domingo, 11 de setembro de 2011

Vaso Quebrado

Era uma vez um depósito de vasos quebrados.
Ninguém se importava com eles. Eles mesmos não se importavam por estar quebrados, ao contrário, quanto mais quebrados ficavam, mais eram respeitados pelos outros.
Um dia, por engano, um vaso inteiro foi parar no meio dos vasos quebrados, mas, por ser diferente dos demais, de imediato ele foi rejeitado e hostilizado. Justo ele, que tinha uma necessidade miserável de ser aceito.
Tentou se aproximar dos vasos menos danificados, aqueles que tinham apenas a boca rachada, mas, não deu certo. Depois, procurou se aproximar dos vasos que tinham apenas um pequeno furo na barriga, mas, também foi repelido. Tentou uma terceira vez, com os vasos que estavam trincados na base, mas, não adiantou.
Resolveu, então, arranjar umas brigas, esperando conseguir um ferimento, um risco, uma trinca ou, quem sabe, com um pouco de sorte, até um quebrado bacana, mas, naquele lugar, ninguém tinha força bastante para quebrar os outros. Se algum vaso quisesse se quebrar, tinha que fazer isso sozinho.
E foi isso mesmo que ele fez. E conseguiu o que queria, ser aceito no clube dos vasos quebrados.
Ficou feliz, realizado, mas, não por muito tempo, pois, logo começou a se incomodar com uma outra necessidade, a de ser respeitado pelos demais vasos quebrados.
Para isso, teve que ir-se quebrando. E se quebrou em tantos pedaços que voltou ao pó.
E deixou de ser vaso!
É muito comum as pessoas serem influenciadas por outras...
Tanto que perdem sua própria identidade.
Você mesmo provavelmente tomou alguma decisão influenciado por outras pessoas.
E quantas vezes não se arrependeu?
Portanto pense...
E valorize "o Vaso que é"...
Vaso de  Honra  Moldado Pelo  Senhor..

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

um Vaso


Sou apenas um Vaso pequeno!

Não, não ofereço perigo algum:
Sou quieto como folha de outono, esquecido entre as páginas de um livro, Sou definido e claro como o jarro, como a bacia de ágata no canto do quarto se tomada com cuidado, verto água límpida sobre as mãos para que se possa refrescar o rosto, mas, se tocado por dedos bruscos num segundo me estilhaço em cacos, me esfarelo em poeira dourada. Sou o barro vermelho da colina fenícia de cor amarela sou a argila do barro do oleiro..........Frágil, fraco, mas sempre dependente de Deus, afinal ..tu és Oleiro e eu o Vaso.
(Ubirajara Almeida)